quinta-feira, 24 de junho de 2010

Autismo

Autismo
Classificação e recursos externos
Autism awareness ribbon-20051114.png
A fita feita de peças de quebra-cabeça, representando o mistério e a complexidade dessa patologia, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao autismo.
CID-10 F84.
CID-9 299.00
OMIM 209850
DiseasesDB 1142
MedlinePlus 001526
MeSH D001321

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas.

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.

O autismo afeta uma em cada 110 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o governo daquele país, com números de dezembro de 2009.[1] Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.[2]

Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A SAÚDE VOCAL DO PROFISSIONAL DA VOZ

A utilização da voz humana como forma principal ou exclusiva de trabalho categoriza as profissões em dois grandes grupos: vocais e não-vocais. As áreas da comunicação e artes, em especial os locutores, cantores e atores fazem parte do grupo dos profissionais vocais. Para estes profissionais, a voz é seu principal instrumento de trabalho, embora nem sempre eles tenham consciência disso. É importante ressaltar que para ser um bom profissional desta área é fundamental cuidar bem da voz, mantendo saúde e estética vocal. A voz para esses profissionais é como um marketing pessoal... é o primeiro produto que esses profissionais expõem à sociedade. Para tanto deve-se buscar a orientação e acompanhamento vocal com profissionais habilitados, pois a manutenção saudável e estética da voz garantem a estes permanência no mercado de trabalho. Hoje, na era da comunicação, já é mito afirmarmos que somente os vocalmente "bem-dotados" podem exercer profissões vocais. As práticas fonoaudiológicas, legalmente reconhecidas na área da saúde, auxiliam no desenvolvimento do potencial vocal saudável sem recursos medicamentosos ou cirúrgicos. Apesar disso, o desconhecimento da higiene vocal tem levado muitos a manifestarem doenças laríngeas leves, e as freqüentes repetições destas afecções chegam até mesmo à agravamentos que culminam em tratamentos cirúrgicos. O alto índice de alterações vocais nos profissionais da voz tem merecido especial atenção dos fonoaudiólogos, pois a utilização da voz inadequada, resulta em uso abusivo do aparelho fonador. A exposição aos fatores nocivos como falar/cantar prolongadamente em ambientes ruidosos, sem tratamento acústico apropriado, ou mesmo o inocente hábito de pigarrear bruscamente, sempre antes do ato da fala, deixam o falante mais vulnerável. Alguns profissionais utilizam erradamente como prevenção aos problemas vocais pastilhas, conhaques, gengibre, sprays, entre outros. É ainda muito comum encontrarmos locutores, atores e cantores dedicando grande parte do seu tempo em ensaios e preparos de leituras, sem contudo investir igual atenção na forma saudável de apresentá-las. É preciso conhecer e desenvolver medidas preventivas, mudando pequenos hábitos e comportamentos no nosso cotidiano, não apenas quando a rouquidão aparece.O melhor seguro que os profissionais vocais podem fazer para preservar seu instrumento de trabalho é manter a saúde vocal.
A VOZ E A SAÚDE
A voz é o som básico produzido pela laringe, por meio da vibração das cordas (tecnicamente chamada de pregas) vocais. A voz expressa as condições individuais (físicas ou emocionais) e, se o indivíduo não estiver em condições saudáveis, a voz deixará transparecer algum problema, ocasionando qualidade vocal disfônica, que pode vir a comprometer a fala e a comunicação.
DOENÇAS PROFISSIONAIS (aquelas que resultam da própria ação inadequada do profissional da voz) Estudo realizado em 1989 por M. Calas mostrou que 96% dos Professores entrevistados sofriam de fadiga vocal, 86% tinham lesões (frequentemente nódulos) e 85% usavam técnica vocal falha. Dados de 1995 relativos a licenças de saúde para professores, mostram que as doenças do aparelho respiratório se destacam como a maior causa de afastamento: "entre as doenças do aparelho respiratório estão as referentes à laringe e faringe, órgãos estes responsáveis também pela fala, principal instrumento de trabalho do professor". Thomé de Souza, em 1997, estudando Professores da Secretaria Municipal de Ensino de São Paulo, constatou que a maior parte não sabia avaliar se suas vozes necessitavam de cuidados, embora 75% apresentassem "irritação na garganta", 62% relatassem rouquidão e cansaço ao falar, 47% pigarro e 37% já tivessem "perdido a voz". Sala com muitos alunos (como a da foto) exige do professor esforço extra da laringe, podendo causar disfonias.
A VOZ DO PROFESSOR É VULNERÁVEL AO TEMPO E AO USO INADEQUADO, SEM CUIDADOS ESPECIAIS, DEVENDO SER TRATADA COMO VOZ PROFISSIONAL. AS CONDIÇÕES DE SUA ROTINA DE VIDA E TRABALHO, APRESENTAM SITUAÇÕES ESTRESSANTES E FATORES DE RISCO PARA A SUA SAÚDE VOCAL E GERAL. DISTÚRBIOS VOCAIS E DISFONIAS
Existem relações entre a saúde vocal, os distúrbios da voz (disfonias) e as condições de trabalho.
UMA DISFONIA REPRESENTA QUALQUER DIFICULDADE NA EMISSÃO VOCAL QUE IMPEÇA A PRODUÇÃO NATURAL DA VOZ.
A DISFONIA é uma dificuldade que pode se manifestar por meio de uma série de alterações:
-esforço à emissão da voz
-dificuldade em manter a voz
-cansaço ao falar
-variações na frequência habitual
-rouquidão
-falta de volume e projeção
-perda da eficiência vocal
-pouca resistência ao falar
A disfonia é, na verdade, apenas um sintoma presente em vários e diferentes distúrbios, ora se manifestando como sintoma secundário, ora como principal. O indivíduo que padece de um distúrbio vocal sofre limitações de ordens física, emocional e profissional.
A SÍNDROME DE BURNOUT
A ocorrência do estresse ocupacional tem sido observado em todas as partes do mundo, como fator causal de mortalidade, morbidade e ruptura na saúde mental e bem-estar dos trabalhadores. O impacto dos fatores estressantes sobre profissões que requerem grau elevado de contato com o público, recebe o nome de Síndrome de Burnout. De origem inglesa, este termo significa: queimar, ferir, estar excitado, ansioso. Trata-se de uma resposta ao estresse emocional crônico, sentimentos relativos ao desempenho da profissão, representado por: -exaustão física e emocional (contrastes entre tensão e tédio) -diminuição da realização pessoal no trabalho (competência, sucesso, esforços falhos, depressão) -despersonalização (distanciamento, separação, coisificação, insensibilidade, cinismo) -envolvimento (pessoas, proximidade, atenção diferenciada)
BURNOUT É A REAÇÃO FINAL DO INDIVÍDUO EM FACE DAS EXPERIÊNCIAS ESTRESSANTES QUE SE ACUMULAM AO LONGO DO TEMPO.
As situações de estresse contribuem para as condições de mau-uso e abuso da voz, que geram esforços e adaptações do aparelho fonador, deixando o profissional mais propenso ao desenvolvimento de uma disfonia. As principais causas da Síndrome de Burnout são: -Excesso de trabalho -Sobreesforço (que leva a estados de ansiedade e fadiga) -Desmoralização e perda de ilusão -Perda de vocação, decepção com superiores, etc.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT
a) Psicossomáticos: fadiga crônica, dor de cabeça, distúrbios do sono, úlceras e problemas gástricos, dores musculares, perda de peso;
b)Comportamentais: falta ao trabalho, vícios (fumo, álcool, drogas, café);
c)Emocionais: irritabilidade, falta de concentração, distanciamento afetivo; e
d)Relativos ao trabalho: menor capacidade, ações hostis, conflitos, etc.
TIPOS DE LESÕES
Os principais tipos de lesões orgânicas resultantes das disfonias funcionais são: nódulos, pólipos e edemas das pregas vocais. Estas 3 alterações da mucosa da prega vocal têm como característica comum, o fato de representarem uma resposta inflamatória da túnica mucosa a agentes agressivos, quer sejam de natureza externa, quer sejam decorrentes do próprio comportamento vocal.
Nódulos
Os nódulos resultam de: fatores anatômicos predisponentes (fendas triangulares), personalidade (ansiedade, agressividade, perfeccionismo) e do comportamento vocal inadequado (uso excessivo e abusivo da voz). O tratamento dos nódulos é fonoterápico. A indicação cirúrgica, todavia, pode ser feita quando os mesmos apresentam característica esbranquiçada, dura e fibrosada, ou ainda quando existe dúvida diagnóstica.
Pólipos
pólipos são inflamações decorrentes de traumas em camadas mais profundas da lâmina própria da laringe, de aparência vascularizada. O tratamento é cirúrgico. A voz típica é rouca. As causas podem ser: abuso da voz ou agentes irritantes, alergias, infecções agudas, etc.
Edemas das pregas (cordas) vocais
Os edemas relacionam-se com o uso da voz. Normalmente são localizados e agudos. O tratamento é medicamentoso ou através de repouso vocal. Os edemas generalizados e bilaterais representam a laringite crônica, denominada Edema de Reinke. É encontrada em pessoas expostas a fatores irritantes externos, especialmente o tabagismo (fumo) e o elitismo, sendo o mais importante fator associado ao uso excessivo e abusivo da voz. Quando discretos, os edemas podem ser tratados com medicamentos e fonoterapia, assegurando-se a eliminação de seu fator causal; quando volumosos, necessitam de remoção cirúrgica, seguida de reabilitação fonoaudiológica.
Infecções
Os fatores infecciosos, incluindo as sinusites, diminuem a ressonância e alteram a função respirstória, produzindo modificações na voz. O efeito primário das infecções das vias aéreas superiores têm efeito direto sobre a faringe e a laringe, podendo provocar irritação e edema das pregas vocais. Estes processos infecciosos podem gerar atividades danosas, como o pigarro e a tosse que, por sua vez, podem causar traumatismos nas pregas vocais. Há também fatores imunológicos, endócrinos, auditivos e emocionais, que podem causar transtornos na emissão da voz.
LARINGITE CRÔNICA
O agravamento das irritações crônicas da laringe é denominada laringite crônica. Os sintomas são: rouquidão e tosse, com sensação de corpo estranho na garganta, aumento de secreção, pigarro e, ocasionalmente, dor de garganta. O tratamento envolve a eliminação dos fatores que provocam a irritação da laringe (exposição a produtos químicos e tóxicos, nível elevado de ruídos, maus hábitos alimentares, refluxo alimentar devido a gorduras, pigarro crônico, etc.), além da promoção de hábitos que melhoram a higiene vocal, evitando os abusos da voz.
O QUE É BOM PARA A SUA SAÚDE VOCAL
Disciplinar o horário para o uso da voz, de modo que você tenha um período de repouso vocal Evitar a ingestão de drogas inalatórias e injetáveis que exerçam ação direta na região laríngea; Evitar o uso de álcool, fumo, drogas medicamentosas e maconha Beber 7 a 8 copos de água por dia Procurar atendimento especializado se usar a voz na profissão Pastilhas, sprays ou medicamentos, só indicados por Médicos Evitar automedicação e soluções caseiras (gengibre, romã, vinagre, água e sal, chás caseiros,etc.) Repouso da voz, após cada longa "apresentação" pública Realizar aquecimento vocal antes do uso profissional da voz e depois do uso, o desaquecimento Usar roupas leves e nenhum adereço na região do pescoço e cintura Evitar refrigerantes, chocolates, gorduras e condimentos Realizar exercícios regulares de relaxamento, avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas Ingerir frutas cítricas Cuidar da alimentação e pelo menos 48 horas antes de uma apresentação, manter uma alimentação leve Manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a aula, a fala ou o canto.
QUE É MAU PARA A SUA SAÚDE VOCAL
Fumo, álcool, drogas e poluição Tossir, gritar muito ou pigarrear Cantar ou gritar quando gripado Falar em locais barulhentos (Olha o professor aí, gente...) Mudanças bruscas de temperatura (contrastes térmicos tanto físico, quanto oral/interno) Ambientes com muita poeira, mofo, cheiros fortes, especialmente se você for alérgico. Ambiente climatizado com ar condicionado Falar sussurrado Permanecer muito tempo na mesma posição Falar ao telefone com a cabeça inclinada Fazer uma voz que não é a sua (imitar personagens e atores conhecidos, por exemplo)
QUEM CUIDA DAS SUAS PREGAS (CORDAS) VOCAIS ?
Rouquidão provocada por gripe ou resfriado simples podem ser tratados por um Médico clínico geral ou até mesmo o Pediatra. No entanto, se ela durar mais de 1 semana ou se não tiver uma causa evidente, deverá ser avaliada por um especialista em voz: o Médico otorrinolaringologista (especialista em nariz, ouvidos e garganta).
"Problemas com a voz são melhor conduzidos por um grupo de profissionais que inclua o Médico otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo."

sábado, 25 de agosto de 2007

O que é a Fonoaudiologia?

"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."

Fonte: Plenário do CFFa durante a 78ª SPO - março de 2004.